O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) fez uma operação no prédio da Prefeitura de Londrina, na sede do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), na manhã desta sexta-feira (6). A ação tem ligação com a doação de terrenos a empresas por parte da prefeitura. Mandados de busca e apreensão e três prisões foram cumpridas.
Entre os envolvidos no esquema de recebimento e pagamento de propina está o gerente de Desenvolvimento Industrial da Codel e servidor há 29 anos, Eduardo Ivan Reale. Além dele, um empresário, Dorival Pereira, e uma corretora, Eliana Teixeira Gonzaga, foram presos. Vários documentos e um computador foram apreendidos para averiguação.
Conforme informações repassadas pelo Gaeco, a corretora, que trabalha como enfermeira em hospital da cidade, fazia a ponte entre o gerente e os empresários. Já Dorival, dono de uma metalúrgica, divulgava o serviço. Ele ajudava a cooptar outros empresários.
O promotor Cláudio Esteves disse em entrevista coletiva que o esquema era uma via de mão dupla, atendia o interesse de ambas as partes. "Empresários foram contatados ou fizeram contato [com o gerente] e se dispuseram a fazer pagamento em torno de serviços prestados para facilitar a doação. O que está sendo objeto de investigação é se esse serviço é lícito ou criminoso, se o valor foi destinado para um serviço honesto ou como cobrança de propina", explicou.
Relatos do Gaeco dão conta de que um outro empresário que foi procurado para integrar o esquema foi o autor da denúncia. A suspeita é de que mais de uma doação tenha sido irregular. A propina para cada doação de terreno variava entre R$ 5 e R$ 10 mil.
O prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff (PSD) e o presidente da Codel, Bruno Veronesi acompanharam a ação.
Kireeff falou em entrevista coletiva que a denúncia fragiliza a política de incentivos para a atração de empresas. "É um absurdo. Atrapalha a recuperação da credibilidade do município. É por isso que isso tem que ser investigado detalhadamente e punido o irresponsável que possa ter cometido qualquer tipo de delito".
O prefeito demonstrou total apoio às investigações e relatou que a administração vai colaborar para que a os fatos seja esclarecidos. "Aqui na prefeitura não há espaço para picaretagem, para bandidagem, para apropriação de dinheiro público. A prefeitura não vai medir esforços para que essas pessoas sejam punidas.
O presidente da Codel, Bruno Verenosi, explicou que o gerente preso fazia a análise técnica das empresas interessadas em se instalar em Londrina. Reale checava a documentação e avaliava a idoneidade das propostas. Veronesi não soube informar de que forma ele tirava proveito do processo. bonde.com
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