Na última quarta-feira (4), policiais civis da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC) deflagraram a Operação Patrono, prendendo em Florianópolis-SC uma advogada acusada de praticar diversos golpes no Paraná. Sabrina Naschenweng, 39 anos, foi presa em sua residência, no início da manhã, em um condomínio de luxo.
Segundo investigações da DEDC, Sabrina e seu pai, Edelmo Naschenweng, também advogado, de 71 anos, se apropriavam dos valores obtidos em ações judiciais, que eram de direito dos clientes. Ele é considerado foragido.
O escritório de advocacia Naschenweng Advogados Associados, com sede em Florianópolis e filial em Curitiba, é representado por filha e pai.
O golpe - Segundo o delegado adjunto da DEDC, Matheus Laiola, o escritório recebia os clientes e era assinado um contrato de prestação de serviços advocatícios. Era dada entrada com uma ação judicial contra, por exemplo, a Fazenda Nacional, para fins indenizatórios. "Quando havia ganho de causa, o escritório encaminhava uma carta, com uma procuração em anexo, dizendo que havia necessidade da assinatura do cliente para 'agilizarmos e concluirmos o processo em questão'. O cliente assinava, o escritório de advocacia sacava todo o dinheiro e não dava ao cliente o valor ganho na ação, se apropriando de todo o valor. Depois de sacado o dinheiro, o cliente não conseguia mais contato com os advogados", contou Laiola.
Foram representadas pelas prisões temporárias por formação de quadrilha e estelionato de quatro pessoas, todas funcionárias do escritório, incluindo pai e filha. "O Poder Judiciário entendeu que havia elementos para a decretação prisão preventiva (e não temporária) contra Sabrina e seu pai e que as outras duas pessoas deveriam responder ao inquérito policial em liberdade", explicou o delegado.
Há no Paraná cinco inquéritos policiais instaurados contra os advogados, além de três Boletins de Ocorrências (BOs), nas cidades de Curitiba, Maringá e Foz do Iguaçu. Há também diversos procedimentos criminais em Santa Catarina contra o escritório. Todos pela mesma conduta: se apropriar dos valores dos clientes. "Comprovamos ao Poder Judiciário que havia necessidade das Prisões de Sabrina e Edelmo, sendo os pedidos deferidos. Para nós, ela disse que tem aproximadamente 5 mil clientes nos Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo e por isso acreditamos que existam mais vítimas destes advogados. Pedimos que venham até a DEDC para que possamos prosseguir nas investigações", afirmou Laiola.
A operação contou com o apoio da Diretoria Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil de Florianópolis (DEIC).
Informações preliminares dão conta que há diversas denúncias dos clientes do escritório na OAB do Paraná, sendo que também foi autorizado pelo Poder Judiciário a remessa de cópias de todas estas denúncias para a DEDC com o objetivo da apuração criminal dos casos.
De acordo com o delegado titular da DEDC, Marcelo Lemos de Oliveira, "apenas após a remessa destes procedimentos da OAB para nós é que vamos ter uma exata noção do valor apropriado indevidamente pelos advogados".
A operação foi batizada de Patrono em razão do significado da palavra, que quer dizer defensor, protetor.
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