Um relatório da ONU divulgado nesta terça (26) afirma que os compromissos assumidos no Acordo do Clima de Paris já não são suficientes para manter o aquecimento global dentro da meta. Quase 200 países tinham o batido juntos o martelo em 2015. O mundo prometeu em Paris um esforço para a Terra não esquentar mais do que 1,5 grau até o final do século, um aquecimento que, segundo o painel de cientistas da ONU, já seria perigoso demais. Quatro anos depois daquela conferência do clima, a mesma ONU agora alerta para “perspectivas sombrias”. Mesmo que todos os países agora cumprissem suas metas, o planeta esquentaria mais de 3 graus Celsius. Os líderes mundiais não fizeram o suficiente para reduzir o lançamento de gases que aquecem o planeta. Agora precisariam de um corte de emissões cinco vezes maior para segurar a temperatura na meta. O relatório da ONU olha de cara feia para os países mais ricos do mundo. O G20 é responsável por quase 80% das emissões de gases que aquecem o planeta e só cinco desses 20 países se comprometeram a neutralizar as emissões desses gases em longo prazo; o Reino Unido é um deles. A ONU espera que o Brasil siga o exemplo britânico. O relatório está mais pessimista sobre o compromisso brasileiro por causa, sobretudo, do aumento do desmatamento. O estudo critica a redução do orçamento do Ministério do Meio Ambiente para atividades relacionadas à mudança climática e o relaxamento de multas ambientais, entre outros pontos. O elogio foi pelos progressos no setor de energias renováveis a partir de 2015 e investimentos no transporte ferroviário. A chefe do relatório fala que o mundo precisa parar com a “procrastinação ambiental”. Se os adiamentos sucessivos continuarem, o mundo vai decidir por nós. O Palácio do Planalto não quis se manifestar. O Ministério do Meio Ambiente divulgou a seguinte nota: “Graças ao etanol e ao Código Florestal, dentre outros temas, somos exemplo para o resto do mundo e não o contrário.”
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