O condutor afirmou ainda que "dirigia em baixa velocidade, perto de 40 km/h. O acidente não teve nada a ver com a caneca de chopp que tomei. Não sei quem tirou a Carmelita do Polo. Naquele dia, tomei uma latinha às 7h, mas não tenho esse costume. Só bebi pra acompanhar meu vizinho", comentou Cunha. A reportagem não conseguiu localizá-lo. Ele, que não ficou preso, também não tinha constituído advogado pelo sistema de consulta do Tribunal de Justiça do Paraná.
Porém, a oitiva de outra testemunha coletada pela polícia contesta a versão do motorista. O rapaz, que terá a identidade preservada, informou que tinha ido de moto buscar sua esposa no restaurante onde Adilson e Carmelita estavam, já que ela trabalha como cozinheira. Quando voltavam, parou porque um homem, no caso Cunha, disse que precisava de ajuda porque seu carro tinha caído no ribeirão. "É possível que ele estivesse em alta velocidade, já que foi lançado fora do automóvel. A bebida pode ter contribuído para o fato dele ter possivelmente ter perdido o controle da direção", contou. Também em depoimento, a filha de Carmelita, uma jovem de 26 anos, comentou "que recebeu uma notícia pelo WhatsApp de que um Polo igual ao da sua mãe havia caído na ponte de um riozinho na Usina Três Bocas. Naquele momento, pressenti que era o dela. Já comecei a chorar, mas só recebi a confirmação depois que me ligaram lá do IML. Registrei um boletim de ocorrência de falecimento dela na 10ª Subdivisão Policial. Não tenho a menor dúvida de que o Adilson foi irresponsável ao beber e sair feito louco do restaurante para perder o controle e cair dentro do rio. Quero que ele seja punido caso realmente fique comprovada a culpa".
No fim de janeiro, o promotor Ricardo Domingues denunciou Cunha por homicídio qualificado e pediu que ele vá a júri popular. Além disso, caso seja condenado, deverá ressarcir a família da vítima. A ação foi aceita pela juíza que conduz o caso, Elisabeth Kather, que encaminhou ofícios questionando o comparecimento de órgãos de segurança, como Polícia Militar, no local da morte. O chefe do Instituto de Criminalística de Londrina, Luciano Bucharles, já informou que a perícia não foi chamada. Na sexta passada (15), a magistrada deu 10 dias para que o acusado responda o apontamento do Ministério Público. Rafael Machado - Grupo Folha
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