Os investigadores suspeitam que parte dos valores repassados a título de doação de caixa 2, na verdade, era propina. Muitos políticos receberam em períodos que não disputaram eleição.
O documento reúne apenas os repasses tratados por BJ. Nele não há referência a campanhas presidenciais, missão exclusiva de Marcelo Odebrecht, ex-presidente do Grupo.
Na Lista de BJ estão o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha (PMDB), o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o governador e São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD-SP) e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
A planilha de BJ é dividida em 11 colunas: Index - com o número de políticos que teriam recebido repasse -, Ano, Cargo, Estado/Município, Codinome, Nome, Intermediário do Político, Doação Caixa 2, Propósito, Pessoa de Contato e Observação.
Eliseu Padilha foi beneficiário de 8 repasses que totalizaram R$ 7,2 milhões, destinados à sua campanha para deputado federal em 2014. Codinome ‘Angorá’.
Outro ministro do Governo Temer, Moreira Franco (Secretaria da Presidência), recebeu R$ 4 milhões em três vezes em 2014. Segundo BJ, o intermediário dos repasses a Moreira ‘Primo’ Franco foi Eliseu Padilha.
Aécio, o ‘Mineirinho’, segundo a Lista de BJ, recebeu R$ 5,25 milhões de doação em caixa 2 para sua campanha ao Senado em 2010, em cinco transferências. Sem intermediários.
A Antonio Anastasia, codinome ‘Dengo’, foi atribuído o valor total de R$ 5,475 milhões para campanha de 2010 ao Governo de Minas. Foram 8 repasses ao tucano, hoje senador.
Para Anthony Garotinho foram 35 repasses no total de R$ 13,012 milhões, sob os codinomes ‘Bolinha’ e ‘Pescador’, para as eleições de 2008, 2010, 2012 e 2014.
A candidatura de Beto Richa (PSDB) ao Governo do Paraná, em 2010, recebeu, de acordo com a Lista de BJ, 5 transferência no montante total de R$ 900 mil. Fernando Ghignone foi apontado como intermediário.
Sob codinome ‘Nervosinho’, Eduardo Paes foi contemplado com 23 pagamentos que somaram R$ 16,120 milhões em doação por caixa 2, segundo BJ. Os repasses ocorreram em 2008, 2010, 2012 e 2014.
Geraldo Alckmin foi beneficiado em duas eleições, de acordo com a Lista de BJ: 2010 e 2014 quando se candidatou a governador. Neste período, foram 20 repasses, sob os codinomes ‘Belém’ e ‘M&M’, no total de R$ 9,6 milhões.
De acordo com o delator, os intermediários de Alckmin foram Adhemar Ribeiro, seu cunhado, e Marco Monteiro, tesoureiro da campanha de 2014. O vice de Alckmin, Márcio França, em 2010, sob codinome ‘Paris’, R$ 70 mil.
Para Gilberto Kassab foram 26 transferências em 2008 e 2014 sob os codinomes ‘Kibe’, ‘Chefe Turco’ e ‘Projeto’. O total: R$ 21.251.676,00.
Sérgio Cabral (PMDB) recebeu 41 transferência de doação a caixa 2 sob o codinome ‘Proximus’. Total: R$ 61.996.800,00.
O sucessor de Cabral, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), também ‘Proximus’, levou R$ 20,3 milhões em 2014. AG.ESTADO.
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