Quase 14 anos após a morte da professora Maria Estela Correa Pacheco, o agropecuarista Mauro Janene Costa irá a Júri Popular em Londrina. O julgamento, conduzido pela juíza Elizabeth Kather e adiado por três vezes desde 2011, está marcado para 8 de abril na 1ª Vara Criminal. A informação foi confirmada pela assessoria do promotor que estará a frente do caso.
Maria Estela foi encontrada morta no dia 14 de outubro de 2000, em frente ao edifício Diplomata, que fica na Rua Paranaguá, no Centro de Londrina. Ela estava com o namorado Mauro Janene dentro de um apartamento do 12º andar. A perícia do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a professora teria sido morta e depois jogada pela sacada do imóvel.
À época do crime, a primeira versão do acusado apontou que a professora teria cometido suicídio. Tempos depois, Janene mudou o depoimento e disse que estava "brincando" com Maria Estela e que ela teria caído acidentalmente do apartamento.
Mesmo tendo o acusado direito a um último recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (STF), a filha de Maria Estela Pacheco, a advogada e jornalista Laila Menechino, acredita que desta vez a história terá um ponto final. "Acredito que a defesa dele não terá argumentos, assim como já não teve em recurso no STJ no ano passado. Acho que não vão conseguir protelar", afirmou.
Janene está sendo acusado de homicídio, porte de maconha e alteração do local do crime. O inquérito que apurou a morte de Maria Estela foi cheio de contradições, como a demora para realização da necropsia e em ouvir o depoimento de Janene. A reportagem de odiario.com aguarda retorno da ligação feita ao advogado do agropecuarista, Mauro Viotto, que estava em audiência por volta das 16h dessa sexta-feira (21).
Lentidão da Justiça
Também professora, a irmã da jovem morta, Maria Eliza Pacheco, ressaltou que por cerca de uma década o processo da morte da irmã ficou parado na 1ª Vara Criminal em Londrina. "A gente sabe que naquele tempo muitos processos ali no Judiciário foram engavetados. Foi uma década parada. Só em meados de 2010 e 2011, quando dr. Elizabeth assumiu, que tivemos uma movimentação. Mesmo assim, desde 2011, quando iria ocorrer o júri popular, o réu entrou com recurso que levou praticamente dois anos para ser julgado em Brasília. Isso só mostra como a Justiça é morosa", declarou.
Ela também está ansiosa para o júri. Sem sede de vingança, mas com esperança que o réu seja responsabilizado. "A partir da notícia da data realmente espero que a Justiça seja feita", aponta. Ela colocou ainda que o caso precisa voltar à tona. Não apenas por se tratar de uma questão história, pelo fato de ter chocado Londrina nos anos 2000, mas sim por também chamar atenção para os crimes de violência contra mulher, tão presentes até os dias atuais. julianan Leite. odiario.com
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