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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

TAQUARITUBA SP TORNADO DEIXA MORTOS E FERIDOS E MUITO ESTRAGO

O tornado que deixou dois mortos, mais de 60 feridos e destruiu boa parte das casas de Taquarituba (328 km de São Paulo) passou dos 100 quilômetros por hora (km/h) no último domingo (22), mostram dados preliminares da rede do IPMet (Instituto de Pesquisas Meteorológicas) operado pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Bauru (329 km de São Paulo). Durante visita à cidade hoje, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o Estado irá ajudar financeiramente o município.
Os ventos atingiram cerca de 110 km/h por volta das 14h, logo após uma forte tempestade atingir o Estado, com velocidades e cargas contrárias, o que favorece uma 'torção" do vento, uma das principais características desse fenômeno. O prefeito Miderson Janello Milléo (PSDB) decretou estado de calamidade pública nesta segunda-feira (23), depois que metade da cidade ficou sem luz e sem telefone

TAQUARITUBA FICA A 328 KM DE SP

  • Arte/UOL
Segundo Vagner Anabor, professor de meteorologia da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria-RS), além dos registros fotográficos da clássica nuvem em formato de funil, que ajudam a confirmar a ocorrência do evento, a velocidade registrada está próxima da primeira escala de intensidade dos tornados, a F1, que abrange ventos de 117 km/h a 180 km/h --na categoria F5, a mais intensa, os ventos variam entre 420 km/h e 511 km/h.
O professor afirma que os tornados têm mais chances de ocorrer nos Estados do Sul do país --chegando, inclusive, aos municípios paulistas que estão próximos à divisa do Paraná, como é o caso de Taquarituba--, no Paraguai e no Norte da Argentina.
"A climatologia indica que a região [do Cone Sul] apresenta entre oito a dez dias favoráveis para a ocorrência desses eventos. Para comparação, a região central dos Estados Unidos, o 'corredor dos tornados', apresenta registros climatológicos para ocorrência de mais de 14 dias por ano."
Já o meteorologista Fábio Rocha, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), afirma que o fenômeno foi isolado em Taquarituba e que será investigado pelo órgão --segundo informações do Corpo de Bombeiros de Avaré, cerca de 60 quilômetros de Taquarituba, o tornado durou apenas cinco minutos no centro da cidade.Ele diz que o tornado foi provocado pelo encontro de uma frente fria vinda do Sul do país com uma massa de ar quente que cobria o Estado de São Paulo –o que resultou apenas em chuva e ventanias na maioria da região.
O tornado pode variar de alguns minutos até uma hora e estende-se, horizontalmente, por algumas dezenas de metros a um quilômetro. Ele se forma, geralmente, após uma tempestade, quando uma corrente de ar frio sai de uma nuvem em direção ao solo. Quando a atmosfera está muito seca, a rajada ganha velocidade e gira bastante, sofrendo uma "torção".  É aí que, "serpenteando" pelo chão, o funil de vento suga o que encontra pela frente e espalha para fora do seu caminho os destroços.
Muitas vezes, diz Anabor, o caso extremo de vendaval, chamado de microburst(microexplosão, em inglês), é confundido com os tornados, devido à magnitude de seus danos. "Mas ele apresenta características peculiares: não possui nuvem funil nem ventos rotantes [como foi presenciado em Taquarituba]. Seu dano é característico e pontual, pois espalha os destroços direcionalmente com a rajada de vento, que chega até 180km/h."

Estado promete ajuda

Durante a visita que fez a Taquarituba, Alckmin (PSDB) declarou que a cidade vai receber ajuda financeira do Governo para se reerguer. 
Alckmin e membros da Defesa Civil do Estado, passaram pelos principais pontos devastados pelos fortes ventos. Ao todo, 150 famílias estão desabrigadas, 64 pessoas se feriram e duas morreram.
A prefeitura ainda não divulgou o número de casas atingidas. O governador disse que a prioridade será dar assistência aos desabrigados. "precisamos primeiro atender essas famílias que vão precisar de roupas, alimento e um lugar para ficar. Depois disso cuidaremos das questões econômicas", afirmou.
O prefeito de Taquarituba decretou estado de calamidade pública, ação que permite que o município receba verbas estaduais para compras emergenciais, sem a necessidade de licitações. A medida é usada em casos de catástrofes naturais.

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