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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

DEPUTADO RICARDO BARROS E MAIS 4 PESSOAS VIRARAM RÉUS POR COBRANÇA DE PROPINA

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara, e outras quatro pessoas viraram réus por cobrança de propina, lavagem de dinheiro e tráfico de influência em transações realizadas pela Copel – companhia estatal de energia do Paraná. As informações foram publicadas pelo site Plural de Curitiba e confirmadas pela reportagem da FOLHA. A denúncia foi protocolada no início do mês pelo Ministério Público do Paraná. Trata-se da investigação que envolve suposto crime de cobrança de propina e lavagem de ativos na aquisição de duas empresas do setor eólico, ambas da Galvão Engenharia, a um custo de R$ 196,9 milhões. A denúncia assinada pela promotora Michelle Ribeiro Morrone Fontana aponta que o parlamentar teria recebido da empreiteira cerca de R$ 5,1 milhões para facilitar os negócios. A negociação teria ocorrido entre 2011 e 2014, quando Barros comandava a extinta Secretaria da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná no governo Beto Richa (PSDB). Entre os réus estão ainda os executivos da Galvão Eduardo Queiroz Galvão e Jean Alberto Luscher de Castro, delatores do esquema, e dois empresários próximos ao político. Ainda segundo a ação revelada pelo site Plural, o MP apontou que há indícios de que a maior parte da propina recebida pelo parlamentar por ter articulado a venda dos empreendimentos eólicos à Copel tenha sido repassada ilegalmente por executivos da Galvão Engenharia como doação eleitoral, motivo pelo qual as investigações foram conduzidas pela Promotoria de Justiça Eleitoral e tramitam na 3ª Zona Eleitoral de Curitiba. A denúncia ainda apura que Barros teria usado dinheiro de propina para fazer transações imobiliárias em conjunto com a empreiteira em Maringá para lavar ativos. Segundo o MP, havia sido direcionado R$ 1,2 milhão do dinheiro pago pela Galvão Engenharia, mas em modo oficial o empreendimento foi encabeçado por uma imobiliária maringaense. No entanto, documentos colhidos durante mandado de busca e apreensão cumprido em setembro do ano passado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado revelaram a existência de “acordo de gaveta” que garantiria a Barros cerca de 18,57% dos lucros do negócio. A assessoria de imprensa do MP e TRE (Tribunal Regional Eleitoral) confirmaram o trâmite do processo, mas não repassaram informações sobre a ação, que corre em sigilo.

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