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segunda-feira, 3 de julho de 2017

POLÍCIA FEDERAL REALIZA OPERAÇÃO E PRENDE EMPRESÁRIO DO TRANSPORTE COLETIVO

A Polícia Federal realiza na manhã desta segunda-feira (3) mais uma 
etapa da operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Desta vez, o foco da
 ação é a cúpula do transporte rodoviário do estado. Os agentes
 estão nas ruas para cumprir oito mandados de prisão, dos nove 
que foram expedidos. Duas prisões foram confirmadas: de Lélis 
Teixeira, presidente da Fetranspor, e de Rogério Onofre, ex-
presidente do Detro.
Na noite de domingo (2), a força-tarefa da Lava Jato antecipou 
parte da operação e cumpriu o outro mandado de prisão, contra 
Jacob Barata Filho. Um dos maiores empresários do ramo de
 ônibus do Rio foi preso no Aeroporto Internacional Tom Jobim, ao 
entar embarcar para Lisboa, Portugal. O empresário já estava na 
área de embarque quando foi detido. A polícia suspeita que ele
 ficou sabendo da operação e tentava fugir. A defesa nega e diz 
que Jacob Barata Filho estava com passagem de volta de Portugal.

Delações

A operação desta segunda-feira foi baseada nas delações premi-
adas do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Jonas 
Lopes e do doleiro Álvaro Novis.

Empresário preso no Galeão

O empresário Jacob Barata Filho foi preso no aeroporto Tom
 Jobim, por volta das 23h30, tentava embarcar para Lisboa. 
De lá, os agentes o encaminharam para o Instituto Médico 
Legal (IML), no Centro do Rio. O comboio da PF chegou ao 
IML às 23h50 e deixou o local cinco minutos depois, seguindo
 direto para a sede da Polícia Federal.
Jacob Barata Filho é um dos maiores empresários do ramo de
 ônibus do Rio de Janeiro e foi preso pela força tarefa da Lava 
Jato, por volta das 21h, na área de embarque. O mandado de 
prisão foi expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal
 Criminal, com base em investigações do Ministério Público 
federal e da Polícia Federal que encontraram indícios que o 
empresário pagou milhões em propina para políticos do Rio.
 marcada para 12 de julho.

Presos confirmados:

  • Jacob Barata Filho, empresário do setor de transportes
  • Rogério Onofre, ex-presidente do Detro
  • Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor.
  • De acordo com as investigações da Operação Ponto
  •  Final, foram rastreados R$ 260 milhões em propina
  •  pagos pelos investigados a políticos do estado. Não
  •  foram divulgados detalhes de como esses valores eram
  •  distribuídos. 
Agentes também fazem buscas nas cidades de São Gonçalo e 
Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro, e nos estados do
 Paraná e Santa Catarina.
Por volta das 6h30, agentes da PF entraram no apartamento de 
Lélis Marcos Teixeira, presidente da Federação das Empresas de
 Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor,
 que engobla 10 sindicatos do estado) e da Rio Ônibus (sindicato 
do município do Rio), na Lagoa, Zona Sul do Rio.
Lélis já havia sido levado em condição coercitiva em outra operação
 da Lava Jato e desta vez tem um mandado de prisão cumprido
 contra ele. Já preso, ele ficou até as 9h40 em sua casa com policiais 
buscavam documentos e outras provas. Foram apreendidos relógios,
 anéis, colares e HDs (discos rígidos para armazenar aquivos de
 computador), além de obras de arte, US$ 5,5 mil e mais uma 
quantia em reais.

Prisão em Florianópolis

Rogério Onofre, ex-presidente do Departamento de Transportes
 Rodoviários do Rio (Detro), foi preso em Florianópolis, segundo
 informações da TV Globo. Agentes da PF também cumprem 
mandados de busca e apreensão na capital de Santa Catarina 
e no Leblon, na Zona Sul do Rio, em imóveis ligados a Onofre.
Segundo investigações, pelas mãos de Onofre passaram pelo
 menos R$ 40 milhões em propina. Ele é advogado, ex-prefeito 
de Paraíba do Sul – com dois mandatos – e foi indicado em 2007
 pelo então governador Sérgio Cabral, também preso na Lava Jato,
 para a presidência do Detro, órgão que fiscaliza o transporte 
intermunicipal no Rio. Em um perfil no Facebook sobre sua gestão, 
Onofre diz que recebeu autonomia total para combater o crime. 
Policiais federais também foram a um condomínio na orla da Barra 
da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, para cumprir mandado de prisão 
contra José Carlos Lavoura, integrante do conselho da Fetranspor.
 Os investigadores, no entanto, receberam a informação de que ele 
está em Portugal. A PF vai acionar a Interpol para encomtrar Lavoura.
Marcelo Traça Gonçalves, presidente do Sindicato de Empresas 
de Transporte Rodoviário do Rio de Janeiro, também teve a prisão
 decretada, assim como outras quatro pessoas que não tiveram
 a identidade divulgada.  

Delações

A operação desta segunda-feira foi baseada nas delações 
premiadas do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado
 Jonas Lopes e do doleiro Álvaro Novis.    
 alvo de manifestações em 2013, época em que iniciaram 
protestos em todo o país – inicialmente devido ao aumento 
de R$ 0,20 das tarifas de ônibus. Manifestantes foram para 
a porta da festa luxuosa, no Copacabana Palace, e da cerimônia,
 na Igreja do Carmo, no Centro.
Houve confusão quando convidados lançaram notas de 
dinheiro sobre os presentes no protestos. Alguns chegaram 
a revidar com pedradas.

Filho do 'Rei dos Ônibus'

O pai do preso na noite deste domingo, Jacob Barata, atua 
no ramo dos transportes via ônibus no Rio de Janeiro há 
várias décadas. Ele é conhecido como "Rei do ônibus" e é
 fundador do grupo Guanabara, do qual Jacob Barata Filho
 também é um dos gestores. Várias empresas do conglome-
rado atuam no transporte de passageiros no Rio. Os negócios
 da família também já se estenderam para outras cidades, 
estados e meios de transporte. 

O que dizem os citados?

Em nota, a defesa disse que o empresário Jacob Barata 
Filho estava com passagem de volta de Portugal marcada
 para 12 de julho, "ao contrário do que foi veiculado na
 imprensa". "Ele estava realizando viagem de rotina a 
Portugal, onde possui negócios há décadas e para onde
 faz viagens mensais. A defesa do empresário irá se 
pronunciar assim que tiver acesso aos autos do processo", 
explica a assessoria de imprensa. G1

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