A Polícia Federal realiza na manhã desta segunda-feira (3) mais uma
etapa da operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Desta vez, o foco da
ação é a cúpula do transporte rodoviário do estado. Os agentes
estão nas ruas para cumprir oito mandados de prisão, dos nove
que foram expedidos. Duas prisões foram confirmadas: de Lélis
Teixeira, presidente da Fetranspor, e de Rogério Onofre, ex-
presidente do Detro.
Na noite de domingo (2), a força-tarefa da Lava Jato antecipou
parte da operação e cumpriu o outro mandado de prisão, contra
Jacob Barata Filho. Um dos maiores empresários do ramo de
ônibus do Rio foi preso no Aeroporto Internacional Tom Jobim, ao
entar embarcar para Lisboa, Portugal. O empresário já estava na
área de embarque quando foi detido. A polícia suspeita que ele
ficou sabendo da operação e tentava fugir. A defesa nega e diz
que Jacob Barata Filho estava com passagem de volta de Portugal.
Delações
A operação desta segunda-feira foi baseada nas delações premi-
adas do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Jonas
Lopes e do doleiro Álvaro Novis.
Empresário preso no Galeão
O empresário Jacob Barata Filho foi preso no aeroporto Tom
Jobim, por volta das 23h30, tentava embarcar para Lisboa.
De lá, os agentes o encaminharam para o Instituto Médico
Legal (IML), no Centro do Rio. O comboio da PF chegou ao
IML às 23h50 e deixou o local cinco minutos depois, seguindo
direto para a sede da Polícia Federal.
Jacob Barata Filho é um dos maiores empresários do ramo de
ônibus do Rio de Janeiro e foi preso pela força tarefa da Lava
Jato, por volta das 21h, na área de embarque. O mandado de
prisão foi expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal
Criminal, com base em investigações do Ministério Público
federal e da Polícia Federal que encontraram indícios que o
empresário pagou milhões em propina para políticos do Rio.
marcada para 12 de julho.
Presos confirmados:
- Jacob Barata Filho, empresário do setor de transportes
- Rogério Onofre, ex-presidente do Detro
- Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor.
- De acordo com as investigações da Operação Ponto
- Final, foram rastreados R$ 260 milhões em propina
- pagos pelos investigados a políticos do estado. Não
- foram divulgados detalhes de como esses valores eram
- distribuídos.
Agentes também fazem buscas nas cidades de São Gonçalo e
Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro, e nos estados do
Paraná e Santa Catarina.
Por volta das 6h30, agentes da PF entraram no apartamento de
Lélis Marcos Teixeira, presidente da Federação das Empresas de
Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor,
que engobla 10 sindicatos do estado) e da Rio Ônibus (sindicato
do município do Rio), na Lagoa, Zona Sul do Rio.
Lélis já havia sido levado em condição coercitiva em outra operação
da Lava Jato e desta vez tem um mandado de prisão cumprido
contra ele. Já preso, ele ficou até as 9h40 em sua casa com policiais
buscavam documentos e outras provas. Foram apreendidos relógios,
anéis, colares e HDs (discos rígidos para armazenar aquivos de
computador), além de obras de arte, US$ 5,5 mil e mais uma
quantia em reais.
Prisão em Florianópolis
Rogério Onofre, ex-presidente do Departamento de Transportes
Rodoviários do Rio (Detro), foi preso em Florianópolis, segundo
informações da TV Globo. Agentes da PF também cumprem
mandados de busca e apreensão na capital de Santa Catarina
e no Leblon, na Zona Sul do Rio, em imóveis ligados a Onofre.
Segundo investigações, pelas mãos de Onofre passaram pelo
menos R$ 40 milhões em propina. Ele é advogado, ex-prefeito
de Paraíba do Sul – com dois mandatos – e foi indicado em 2007
pelo então governador Sérgio Cabral, também preso na Lava Jato,
para a presidência do Detro, órgão que fiscaliza o transporte
intermunicipal no Rio. Em um perfil no Facebook sobre sua gestão,
Onofre diz que recebeu autonomia total para combater o crime.
Policiais federais também foram a um condomínio na orla da Barra
da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, para cumprir mandado de prisão
contra José Carlos Lavoura, integrante do conselho da Fetranspor.
Os investigadores, no entanto, receberam a informação de que ele
está em Portugal. A PF vai acionar a Interpol para encomtrar Lavoura.
Marcelo Traça Gonçalves, presidente do Sindicato de Empresas
de Transporte Rodoviário do Rio de Janeiro, também teve a prisão
decretada, assim como outras quatro pessoas que não tiveram
a identidade divulgada.
Delações
A operação desta segunda-feira foi baseada nas delações
premiadas do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado
Jonas Lopes e do doleiro Álvaro Novis.
protestos em todo o país – inicialmente devido ao aumento
de R$ 0,20 das tarifas de ônibus. Manifestantes foram para
a porta da festa luxuosa, no Copacabana Palace, e da cerimônia,
na Igreja do Carmo, no Centro.
Houve confusão quando convidados lançaram notas de
dinheiro sobre os presentes no protestos. Alguns chegaram
a revidar com pedradas.
Filho do 'Rei dos Ônibus'
O pai do preso na noite deste domingo, Jacob Barata, atua
no ramo dos transportes via ônibus no Rio de Janeiro há
várias décadas. Ele é conhecido como "Rei do ônibus" e é
fundador do grupo Guanabara, do qual Jacob Barata Filho
também é um dos gestores. Várias empresas do conglome-
rado atuam no transporte de passageiros no Rio. Os negócios
da família também já se estenderam para outras cidades,
estados e meios de transporte.
O que dizem os citados?
Em nota, a defesa disse que o empresário Jacob Barata
Filho estava com passagem de volta de Portugal marcada
para 12 de julho, "ao contrário do que foi veiculado na
imprensa". "Ele estava realizando viagem de rotina a
Portugal, onde possui negócios há décadas e para onde
faz viagens mensais. A defesa do empresário irá se
pronunciar assim que tiver acesso aos autos do processo",
explica a assessoria de imprensa. G1
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