A conta de água passou por mudanças. Desde o início de julho, a Sanepar fez algumas alterações na composição da tarifa, principalmente ao reduzir o consumo mínimo de 10 metros cúbicos para apenas 5. Dessa forma, independente se o usuário consumiu 1, 3 ou 5 m³, o valor cobrado no fim do mês serão os mesmos R$ 32,90. O problema é que quem ultrapassa esse valor precisa pagar o excedente e muita gente acabou sendo surpreendida quando viu o valor final da conta.
Isso porque, na prática, o preço do metro cúbico quase dobrou de um mês para o outro. Até junho, quando o consumo mínimo era de 10 m³, quem consumia dentro desse limite pagava R$ 33,74 — ou seja, R$ 3,37 para cada 1.000 litros de água. Já com o novo cálculo, esse mesmo volume passou a custar R$ 6,58, ou seja, um aumento de mais de 95%.
Segundo a Sanepar, o novo limite é uma forma mais justa de fazer essa cobrança, principalmente porque 44,4% dos paranaenses consomem menos do que 8 m³ — ou seja, acabavam pagando mais do que realmente utilizavam. O problema, contudo, é que muitos usuários foram surpreendidos com a segunda linha que apareceu na nova conta, adicionada para calcular o consumo excedente.
Quanto maior for o consumo, maior o valor do metro cúbico. Na tarifa residencial normal, por exemplo, essa variação de água vai de R$ 1,02 até R$ 9,72. A justificativa da estatal é fazer com que as pessoas economizem o recurso. Mas o que anda confundindo a cabeça de clientes é por que na primeira faixa (onde está o consumo mínimo de 5 metros cúbicos) não se pode dividir o valor total (R$ 32,90) pelos metros cúbicos.
Independente da quantidade de água que cada pessoa consome, a Sanepar possui um custo fixo para operar todo o sistema. Ela precisa cobrir, por exemplo, salários dos funcionários, produtos químicos usados no tratamento da água e do esgoto, manutenções no sistema, financiamentos bancários que faz para poder investir em melhorias ou na construção de novas estruturas, entre outros custos. Mesmo que uma família esteja viajando em férias e não consumiu nada de água naquele mês, a Sanepar continua tendo o custo para operar o sistema e disponibilizar a água nas torneiras daquela residência.
Por isso, nesta primeira faixa de consumo da conta de água, estão inclusos dois custos: o custo de operação do sistema (hoje em aproximadamente R$ 27,80) mais o valor por 5 metros cúbicos (cada metro custa R$ 1,02 nesta primeira faixa).
Seria mais fácil se na conta viesse separado o que é custo operacional e a quantidade de metros cúbicos usados. O problema é que a Sanepar não sabe com exatidão quanto custa essa taxa de manutenção. Hoje, o valor estimado é de R$ 27,80. Como é aproximado, a companhia não o deixa especificado e junta o valor ao consumo mínimo de 5 metros cúbicos.
Mas a companhia está realizando uma revisão de toda a sua estrutura e processos de trabalho, para saber com exatidão qual é este valor. Daqui a quatro anos, quando ocorrer a nova revisão tarifária, é possível que isso venha especificado na conta, com mais clareza: o que é custo operacional, quanto custa cada metro cúbico consumido e quanto estão pagando por esgoto (que custa 85% do valor da água em Curitiba e 80% em outras cidades). Mas pode ser que, com os estudos que estão sendo feitos, essa porcentagem de esgoto mude. Outra mudança possível é que não exista mais uma cobrança pelo consumo mínimo de 5 metros cúbicos e que as pessoas passem a pagar exatamente pelo que consomem. Fonte: Gazeta do Povo
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