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terça-feira, 26 de outubro de 2021

TAXAS DE JUROS PARA FAMÍLIAS E EMPRESAS FICAM MAIS CARAS

As taxas de juros estão em trajetória de elevação e famílias e empresas pagaram valores mais altos em setembro, de acordo com as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas hoje (25) pelo Banco Central (BC). A taxa média de juros para pessoas físicas no crédito livre chegou a 41,3% ao ano, aumento de 0,5 ponto percentual em relação a agosto e de 3,2 pontos percentuais em 12 meses. Nas contratações com empresas, a taxa livre cresceu 0,9 ponto percentual no mês e 5,6 ponto percentual em 12 meses, alcançando 17,1% ao ano. A alta dos juros bancários médios ocorre em um momento de aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic. Depois de chegar ao menor nível da história no mês de agosto do ano passado, em 2% ao ano, a taxa Selic começou a subir em março deste ano diante do aumento da inflação e está em 6,25% ao ano, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. O colegiado se reúne novamente nesta semana e deve repetir os aumentos promovidos nos últimos encontros. A Selic é o principal instrumento utilizado pelo BC para regular a inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. A Selic é o principal instrumento utilizado pelo BC para regular a inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Crédito livre No crédito livre para as pessoas físicas, o destaque foi para o cartão de crédito rotativo, que teve alta de 3,7 pontos percentuais no mês, alcançando 339,5% ao ano. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias. Após o prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida. Nesse caso, no cartão parcelado, os juros também subiram no mês, de 5,1 pontos percentuais para 168,7% ao ano. Também influenciaram o crescimento de juros, para famílias, as taxas do cheque especial, que tiveram alta de 3,5 pontos percentuais (128,6% ao ano), e o financiamento para aquisição de veículos, com alta de 1,2 ponto percentual (23,9% ao ano). O crédito pessoal não consignado registrou queda de 2,7 pontos percentuais, para 77,4% ao ano. Os juros do crédito pessoal consignado variaram positivamente 0,2 ponto percentual no mês de 18,8% para 19% ao ano. No crédito livre às empresas, o aumento dos juros ocorreu na maioria das modalidades, com destaque para as elevações em cheque especial, 7,1 pontos percentuais (333,7 % ao ano); capital de giro superior a 365 dias, 1,6 ponto percentual (17% ao ano); e financiamento para aquisição de veículos, 1,1 ponto percentual (15% ao ano). O financiamento a importações também teve aumento de 2,5 pontos percentuais, para 12,5% ao ano. Crédito direcionado As taxas são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, e é destinado basicamente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito. No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas físicas ficou em 7,3% ao ano em setembro, alta de 0,2 ponto percentual no mês. Para as empresas, a taxa caiu 0,5 ponto percentual para 9,5% ao ano no mês passado. No total, nas contratações de crédito livre e direcionado, a taxa média de juros do Sistema Financeiro Nacional (SFN) registrou aumento de 0,5 ponto percentual no mês e de 3,5 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 21,6% ao ano. Endividamento A inadimplência (considerados atrasos acima de 90 dias) manteve-se estável pelo quinto mês consecutivo, em 2,3%, nos menores níveis da história. No crédito livre houve estabilidade da inadimplência nos dois segmentos, enquanto no direcionado o segmento de empresas apresentou redução de 0,3 ponto percentual. O endividamento das famílias - relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada - em 12 meses, ficou em 59,2% em julho, entre os patamares mais altos da série histórica iniciada em janeiro de 2005, refletindo o aumento das concessões de empréstimos. Com a exclusão do financiamento imobiliário, que pega um montante considerável da renda, ficou em 36,5% no mês. Já o comprometimento da renda - relação entre o valor médio para pagamento das dívidas e a renda média apurada no período - ficou em 30,1% naquele mês. Para esses últimos dados, há uma defasagem maior do mês de divulgação, pois o Banco Central depende de dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a renda das famílias. Saldo das contratações No mês passado, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 4,428 trilhões, um aumento de 2% em relação a agosto. O crescimento em 12 meses da carteira chegou a 16% em setembro. O saldo do crédito correspondeu a 52,9% de todos os bens e serviços que o país produz - o Produto Interno Bruto (PIB). O crédito ampliado ao setor não-financeiro, que é o crédito disponível para empresas, famílias e governos independente da fonte (bancário, mercado de título ou dívida externa) alcançou R$ 13,076 trilhões, crescendo 1,2% no mês e 14,7% em 12 meses. A variação mensal refletiu, no mercado doméstico, o crescimento de 2,1% nos empréstimos e financiamentos e a queda de 0,8 % nos títulos de dívida. Já a dívida externa subiu 4% refletindo a alta cambial de 5,76% no mês. Na comparação interanual, o resultado se deve principalmente à elevação da carteira de empréstimos do Sistema Financeiro Nacional em 15,8% e de títulos públicos em 20,3%.

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