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quarta-feira, 11 de agosto de 2021

POR 229 A 218 PEC DO VOTO IMPRESSO É RETIRADO NÃO PASSOU NA CÂMARA

Mesmo com 229 votos sim, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do voto impresso para as próximas eleições não passou na Câmara dos Deputados em votação realizada na noite desta terça-feira (10). Para levar a votação em segundo turno e depois para o Senado, a proposta precisaria de 308 votos. Duzentos e dezoito deputados votaram não ao voto impresso e houve uma abstenção. Sessenta e quatro parlamentares não votaram. A votação desta terça-feira (10) enterra a proposta que mobilizou a escalada de ataques de Bolsonaro a integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e que agravou uma crise entre os Poderes, apimentada com a apresentação de blindados das Forças Armadas em Brasília, vista como tentativa de intimidação no dia de votação da PEC do voto impresso no plenário da Câmara. Desde antes de assumir, Bolsonaro tem alimentado suspeitas contra as urnas eletrônicas, apesar de jamais ter apresentado qualquer indício concreto de fraude nas eleições. Baseado nessas falsas suposições, e em um cenário de queda de popularidade e de maus resultados em pesquisas de intenção de voto, já ameaçou diversas vezes a realização da disputa do ano que vem. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), disse ter ouvido de Bolsonaro o compromisso de que respeitaria o resultado do plenário – apesar da desconfiança inclusive de aliados do presidente. A votação ocorreu horas após um desfile militar que reuniu na manhã desta terça cerca de 40 veículos, todos da Marinha, entre blindados, caminhões e jipes. A parada militar passou ao lado da praça dos Três Poderes, onde estão o Palácio do Planalto (sede do Executivo), o Congresso Nacional (Legislativo) e o Supremo Tribunal Federal (Judiciário). Interpretado como uma tentativa de demonstração de força do presidente no momento em que aparece acuado e em baixa nas pesquisas, o desfile foi alvo de uma série de críticas do meio político, sendo tratado como como mais uma tentativa do Planalto de pressionar outros Poderes e de buscar a politização das Forças Armadas. Segundo o sistema da pesquisa da Câmara, a última vez em que o plenário rejeitou uma PEC integralmente foi em março de 2017 –a proposta que possibilitava universidades públicas cobrarem por cursos de extensão e de pós-graduação latu sensu. Foram 304 votos a favor da PEC à época, quatro a menos que o mínimo necessário.

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