O ex-presidente da Câmara Municipal de Arapongas, Valdir José Pereira (PHS), o Maringá, e outras três pessoas foram presos provisoriamente na manhã desta terça-feira (9), suspeitos de envolvimento em um esquema de fraudes em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, agiotagem, advocacia administrativa e sonegação fiscal. Ele e mais três pessoas foram detidas na Operação "Control Z", deflagrada da 1ª Promotoria de Justiça de Arapongas (Norte Central), em conjunto com os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina e de Maringá
Com base em depoimentos, interceptações telefônicas e quebras de sigilo bancário deferidos pela Justiça, as investigações do Ministério Público apontam que os empresários, que mantinham contrato superfaturado para a digitalização do acervo físico da Câmara, pagavam propina ao ex-presidente do Legislativo por meio de repasses bancários realizados ao presidente do Conselho da Comunidade de Arapongas, que atuaria como "laranja" do esquema ilícito. Esses repasses, segundo a Promotoria, seriam para quitar dívidas do vereador com o próprio "laranja", por conta de empréstimos e dívidas de agiotagem.
Ainda durante as investigações, a Promotoria constatou que o ex-presidente da Câmara patrocinou interesses particulares do presidente do Conselho da Comunidade junto ao setor de tributação da Prefeitura Municipal de Arapongas, com o objetivo de diminuir ilegalmente a base de cálculo de impostos devidos em decorrência da propriedade de um imóvel.
O MPPR apurou que os pagamentos mensais de propina (no valor de R$ 22 mil) ocorreram entre os anos de 2015 e 2016 por, pelo menos, onze meses durante esse período. Até o momento, o valor apurado das fraudes ultrapassa R$ 355 mil, podendo chegar a R$ 2 milhões em valores atualizados.
Detidos
Além de Maringá, foram expedidos mandados de prisão temporária contra o presidente do Conselho da Comunidade de Arapongas e dois empresários, de Mandaguari e Maringá. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados – um dos locais de busca foi o prédio do Legislativo araponguense. Em duas delas (em Arapongas e em Mandaguari), foram apreendidas três armas de fogo sem registro e munições, além de centenas de cheques de terceiros e mais de R$ 80 mil em espécie.
Em nota oficial, a procuradora jurídica da Câmara, Michele Alves Elói, afirma que as buscas se concentraram apenas no gabinete de Maringá e que, "não houve comunicação oficial das autoridades competentes acerca dos motivos da operação".
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