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quinta-feira, 30 de março de 2017

DIREITOS HUMANOS DENUNCIA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA EM IGREJA EVANGÉLICA EM CAMBÉ

O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) protocolou uma denúncia de possível intolerância religiosa praticada pela instalação de um cartaz em uma das filiais da Igreja Internacional da Graça de Deus localizada na esquina da PR-445 com a rua Presidente Afonso Pena, próximo ao jardim Novo Bandeirantes, em Cambé. A mensagem é um convite para os cultos da congregação para quem "é vítima de inveja, doenças, macumba, bruxaria e magia negra". 

Reprodução/MNDH
Reprodução/MNDHAs palavras estão abaixo do título "Desencapetamento Total", grafado com letras vermelhas na entrada da igreja. As reuniões ocorrem às sextas-feiras, a partir das 19h30. Segundo o coordenador estadual do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Carlos Enrique Santana, o fato do cartaz carregar "macumba" é uma afronta aos costumes e hábitos das religiões de matriz africana. "Isso é crime. Vamos esperar providências", apontou o militante.

O presidente do Conselho de Pastores Evangélicos de Cambé (Conpas), Oswaldo Campos, desconhecia a existência da mensagem. Ele reiterou que a igreja alvo da denúncia "não faz parte do conselho, assim como muitas do segmento neopentecostal". Campos lamentou o fato, afirmando que "particularmente não concorda" e "acha difícil criticar qualquer tipo de religião em um país democrático como é o Brasil". 

Procurado pela reportagem, o promotor de Direitos Humanos, Paulo Tavares, argumentou que vai analisar o caso com cuidado, mas relembrou que o Ministério Público já denunciou "dois pastores evangélicos de uma igreja da zona norte de Londrina que afixaram uma faixa incitando violência contra pessoas que têm apreço por religiões africanas". O cartaz convocava os fiéis para "uma guerra contra a macumba". 

Segundo Tavares, os líderes da igreja "pediram desculpa e retiraram a mensagem ofensiva". A reportagem tentou contato por diversas vezes com representantes da congregação evangélica denunciada pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos, mas não obteve retorno das ligações.
Rafael Machado - Redação Bonde

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