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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

TROCA DE COMANDO DO 18º BATALHÃO DE CORNÉLIO PROCÓPIO FOI ALVO DE CRÍTICAS NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO PARASNÁ

A troca de comando da Polícia Militar de Cornélio Procópio (Norte Pioneiro) foi alvo de debate e críticas de deputados estaduais na sessão desta segunda-feira (21) na AL (Assembleia Legislativa ) do Paraná. A mudança ocorreu um dia após evento público com a presença do governador Ratinho Junior (PSD) ao município em inauguração de um colégio na última quinta-feira (17). No episódio, o governador foi recebido com protesto de militares e a comitiva chegou a ser encurralada e vaiada pelos manifestantes. Já na sexta-feira (18) foi publicada pelo Comando Geral da PM a transferências de serviços para Londrina dos majores Jeferson Busnello, comandante do batalhão de Cornélio, e o subcomandante Helde Dantas, que há vários anos prestavam serviços à comunidade local. Segundo o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), que é da base do governador na AL, o Executivo deve fazer uma apuração mais minuciosa sobre a responsabilidade no incidente em Cornélio. O parlamentar criticou a mudança no comando e elogiou a atuação dos ex-comandantes. "O governo não pode aceitar que uma injustiça dessa seja estabelecida. É necessário restabelecer o comando do 15º Batalhão ao major Busnello e o subcomando ao Major Dantas. Quem abriu o portão aos manifestantes foi um policial militar da Casa Militar da Governadoria. Não se pode querer punir dois comandantes exemplares que cumprem o seu dever por conta da manifestação. A manifestação é legítima, é democrática, faz parte do processo que nós vivemos. Esse foi o entendimento do governador e não tratou ninguém com hostilidade. O que foi uma trapalhada de nos colocar no meio dos manifestantes. Houve erro na condução da Casa Militar", disse Romanelli, que é o 1º secretário da Assembleia. No lugar dos majores, assumiram em Cornélio Procópio o Tenente-Coronel Gustavo Hauenstein como comandante e o Major Alvaro Talhetti como subcomandante do quartel. Procurada pela FOLHA, a assessoria de comunicação do Palácio Iguaçu enviou nota da Casa Militar da Governadoria informando que "solicitou ao Comandante-Geral da Polícia Militar, Hudson Leôncio Teixeira, a instauração de procedimento, a fim de apurar as condutas de todos os militares estaduais envolvidos na ação ocorrida em Cornélio Procópio, à luz da legislação que rege a PMPR." A reportagem não conseguiu contato com o comando-geral da PM. DEBATE Já o deputado Requião Filho (MDB), da bancada da oposição, disse que os culpados devem ser responsabilizados. "Estar com vaias em um cargo público faz parte, o governador está muito mimado e tem que saber andar de cabeça erguida." O deputado Soldado Fruet (Pros) acusou o governador de represália. "O governador deve se preocupar com os atos administrativos do seu governo em vez de perseguir policiais", disse. O líder do governo da AL, Hussein Bakri (PSD), tentou interferir na falas do deputado Fruet e saiu em defesa de Ratinho Junior. "Neste momento o Coronel Hudson está recebendo os dois oficiais transferidos e pode até ocorrer a possibilidade do retorno. No dia a dia acontecem equívocos. Não vamos fazer um campo de batalha em cima do governador com palavras fora de contexto. Não vamos trazer o debate político para cá. Não é hora", disse. Bakri admitiu que houve erro na organização do evento em Cornélio Procópio. "Concordo também que foi uma grande injustiça e se houve algum descompasso no diálogo, ele tem que ser retomado." Backi afirmou ainda que o governo Ratinho Junior abriu negociação com os servidores e criticou o calor do debate em ano eleitoral. "O governo recebeu todas as entidades e deve dar uma resposta em 90 dias. Ele já deu 3% e vale refeição de R$600,00, o que é possível. Vamos desarmar e vamos conversar, prudência, bom senso e caldo de galinha não fazem mal a ninguém", finalizou.

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