A defesa do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega entregou à Justiça
nesta segunda-feira (29) um documento em que reconhece a existência
de uma conta não declarada na Suíça, com saldo de US$ 600 mil. De
acordo com a petição, o dinheiro foi obtido com a venda de um imóvel
que pertencia à família e não ao suposto recebimento de propina.
No documento, o ex-ministro disse que a conta foi aberta antes de
assumir o cargo na Fazenda. Ele também abriu mão do sigilo fiscal e
repassou às autoridades os dados da conta bancária na Suíça.
Ainda de acordo com o advogado, Mantega não espera ser perdoado
pelo erro fiscal, ao não declarar a conta fora do Brasil.
"Aproveita, outrossim, para esclarecer que não espera perdão nem
clemência pelo erro que cometeu ao não declarar valores no exterior,
mas reitera que jamais solicitou, pediu ou recebeu vantagem de
qualquer natureza como contrapartida ao exercício da função pública,
conforme poderá inclusive confirmar o extrato da conta, documento que
o peticionário se compromete a apresentar tão logo o obtenha da instituição
financeira", diz o advogado.
Alvo da Lava Jato
é suspeito de ter solicitado pagamentos a campanhas do Partido dos
Trabalhadores (PT), em 2012. De acordo com a suspeita, o dinheiro
teria sido repassado ao casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura. .
O inquérito ainda está correndo na Polícia Federal e não há um processo
aberto contra ele.
Mantega chegou a ser preso no início daquela manhã no Hospital Albert
Einstein, onde estava para acompanhar a esposa que tem câncer, mas
a prisão foi revogada no início da tarde. Na ocasião, o juiz Sérgio Moro,
responsável pelas ações da Lava Jato na primeira instância, afirmou que
não tinha conhecimento do estado de saúde da esposa do Mantega.
Além do ex-ministro, o empresário Eike Batista chegou a ser detido
Ainda em 2016, Moro decretou o bloqueio de até R$ 10 milhões das
contas bancárias do ex-ministro e de mais sete investigados na 34ª fase.
O ex-ministro também é alvo de dois inquéritos que foram abertos no
Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de informações obtidas com
a delação de executivos ligados à Odebrecht. Os dois procedimentos
foram encaminhados a Curitiba, após a quebra do sigilo das delações.
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