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quarta-feira, 1 de junho de 2022

CIGARROS ELETRÔNICOS PROIBIDOS NO BRASIL TEM CADA VEZ MAIS ESPAÇO ENTRE JOVENS

Mais práticos, com um formato mais moderno e oferecendo uma infinidade de sabores e aromas, que evita o incômodo do cigarro tradicional, especialmente em relação ao odor, os cigarros eletrônicos passaram a ser socialmente aceitáveis em diferentes ambientes e têm ganhado cada vez mais espaço entre os jovens. O relatório Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), divulgado em abril deste ano, apresentou um levantamento sobre o uso desses dispositivos no país. Pelo menos um a cada cinco jovens de 18 a 24 anos usa cigarros eletrônicos no Brasil, ou seja, 19,7%. Apesar do comércio do dispositivo ser proibido no Brasil desde 2009, adolescentes e jovens têm acesso fácil ao cigarro eletrônico por meio da comercialização na internet, no comércio informal ou na aquisição no exterior. Com um cheiro mais agradável e menos produção de fumaça, os vaporizadores – como também são chamados – passam a percepção de serem menos prejudiciais à saúde e não viciam. Os adolescentes podem começar a usar o cigarro eletrônico por curiosidade ou acreditando que ele pode ajudar a deixar o tabagismo. De acordo com a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), o mecanismo de funcionamento do cigarro eletrônico permite simular o ato de fumar um cigarro convencional, mas ao contrário desse, no qual a folha do tabaco é queimada, no cigarro eletrônico uma solução líquida é vaporizada para ser inalada. O líquido, que contém nicotina e outros produtos químicos, é aquecido com o uso de bateria. Pediatra e pneumologista do Hospital Pequeno Príncipe, Débora Chong explica que o aquecimento das substâncias produz compostos agressivos. O vapor de nicotina gerado atinge as vias respiratórias da mesma forma que a fumaça do cigarro convencional, alcança os alvéolos e é absorvido sistemicamente, sendo igualmente nocivo e viciante, levando à toxicidade crônica já conhecida. Já se comprovou que mesmo nos casos em que opta-se por não acrescer a nicotina, o vapor condensado inalado estimula a produção de substâncias químicas inflamatórias, afetando macrófagos alveolares. “Os problemas vão desde crises respiratórias a quadros de insuficiência respiratória aguda que precisam de internação em UTI”, conta a médica. A especialista também desmitifica a ideia de que os cigarros eletrônicos podem ajudar as pessoas a pararem de fumar, lembrando que o uso do dispositivo na adolescência pode ser a porta de entrada para o tabagismo e colocando em xeque avanços no combate à dependência química da nicotina. Segundo ela, estudos mostram que o adolescente que começa a usar cigarro eletrônico tem maior chance de migrar para o cigarro convencional. A especialista também desmitifica a ideia de que os cigarros eletrônicos podem ajudar as pessoas a pararem de fumar, lembrando que o uso do dispositivo na adolescência pode ser a porta de entrada para o tabagismo e colocando em xeque avanços no combate à dependência química da nicotina. Segundo ela, estudos mostram que o adolescente que começa a usar cigarro eletrônico tem maior chance de migrar para o cigarro convencional. Mesmo dispositivos eletrônicos sem nicotina são viciantes, já que o vício de fumar não tem apenas origem química, mas principalmente psíquica. A pediatra alerta que é preciso estar atento aos adolescentes, por ser uma faixa etária muito suscetível. A curiosidade por experimentar novas sensações e a necessidade de afirmação no meio onde vivem são fatores que colaboram para que não ocorra redução dos índices de tabagismo nesse grupo. “Um adolescente já tem seu pulmão formado, mas é uma lástima ter um pulmão tão jovem lesionado. Além disso, quanto mais cedo a pessoa começa, mais tempo ela vai fumar e, consequentemente, terá mais tempo de exposição às substâncias nocivas e de lesão”, considera.

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