O destino de 800 trabalhadores da fábrica da Renault, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, volta à mesa de negociações nesta quarta-feira, 22 de julho. Na última sexta-feira, 17 de julho, os metalúrgicos reprovaram, em assembleia, a proposta apresentada pela empresa que engloba um Plano de Demissão Voluntária (PDV), Plano de Demissão Involuntária (PDI), Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e data-base. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), afirma que a proposta pretende a adesão de 800 funcionários ao PDV.
A montadora teria 72 horas, contando os dia úteis, para voltar a negociar e apresentar uma proposta que seja de consenso com o Sindicato. Caso contrário, os trabalhadores poderão entrar em greve a partir da próxima quarta-feira(22). Segundo o SMC, a proposta tem como variável principal os reflexos da pandemia da Covid-19 no volume de produção e apresenta pontos preocupantes, a exemplo das "800 adesões necessárias ao PDV", conforme comunicado da Renault. Para o presidente do SMC, Sérgio Butka, “essa proposta é ruim para trabalhadores que saem e ruim para os trabalhadores que ficam”. Butka elencou 5 pontos cruciais para a reprovação da proposta imposta pela empresa.
A unidade brasileira da Renault emprega 7300 trabalhadores que produzem os modelos Sandero Stepway, Logan, Kwid, Duster, Oroch, Master e Captour. A fábrica ainda conta com uma unidade de motores e injeção de alumínio.
A empresa por sua vez, argumenta com a queda de 47% nas vendas do primeiro semestre desta no em comparação ao ano mesmo período do ano passado. Por meio da assessoria, a empresa informa que a proposta apresentada é parecida com uma proposta já aprovada pelo metalúrgicos da Volvo, porém 'melhorada'. Segundo a empresa, os funcionários terão garantidos plano médico integral, inclusive para dependentes, até junho de 2021, vale mercado até dezembro de 2020, demais verbas legais: aviso prévio, férias indenizadas, proporcionais 13º salário proporcional, liberação do FGTS; multa de 40% em relação ao FGTS, pagamento da primeira parcela do PLR, isenção de Imposto de renda para as Indenizações.
Em carta, o presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo, afirma aos funcionários que ainda não temos clareza de quando esta crise vai acabar. "As previsões indicam que o mercado brasileiro pode levar até 5 anos para se recuperar. É importante lembrar que a necessidade de melhorar a competitividade da Renault do Brasil vai muito além dos impactos gerados pela pandemia. Precisamos conquistar novos projetos para garantir o nosso futuro. Além disso, no final de maio, o Grupo Renault anunciou o projeto de redução de custos fixos em todo o mundo, e o Brasil deve dar a sua contribuição",diz.
Segundo Gondo, a empresa está agindo para minimizar os impactos da crise e ao mesmo tempo " para viabilizar o futuro do nosso negócio, que significa também o futuro das milhares de famílias que dependem da Renault do Brasil."
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