quinta-feira, 13 de setembro de 2018

TRIBUNAL DE JUSTIÇA NEGA PEDIDO LIMINAR DE HABEAS CORPUS AO EX. GOVERNADOR BETO RICHA

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) negou no fim da tarde 
desta quarta-feira (12) o pedido liminar de habeas corpus ao
 ex-governador do Paraná Beto Richa, candidato ao Senado pelo
 PSDB, e da mulher e ex-secretária estadual Fernanda Richa.   
 A decisão é do relator do caso no TJ-PR, o desembargador
 Laertes Ferreira Gomes, da 2ª Câmara Criminal. A assessoria 
de imprensa do ex-governador afirmou que a defesa vai recorrer 
ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).    O pedido de soltura do
 casal havia sido feito na tarde de terça-feira (11) pela defesa. 
Eles estão presos no Regimento da Polícia Montada, no bairro
 Tarumã, em Curitiba. Na noite desta terça, o irmão de Beto e 
ex-secretário estaudual, Pepe Richa, também foi transferido para 
a unidade da PM.    Antes da transferência, na noite de terça, 
eles estavam no Complexo Médico-Penal (CMP), em Pinhais, 
na Região Metropolitana de Curitiba.   As prisões de Beto e 
Fernanda, determinadas pela 13ª Vara Criminal do Foro Central
 da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, são temporárias
 e têm validade de cinco dias.
De acordo com o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, a
 previsão é a de que o ex-governador e a mulher prestem 
depoimento na quinta-feira (13) ou na manhã de sexta-feira (14).

Prisão é 'imprescindível'

Na decisão, o desembargador afirma que a manutenção da
 prisão do ex-governador "é de fato imprescindível para a 
continuidade das investigações, uma vez que se trata de 
complexo esquema crminoso a envolver ex-agentes públicos
 que ocuparam cargos políticos de alta importância".     Gomes
 diz entender que os presos na operação têm "ampla potenci-
alidade de influenciar a colheita de provas e deturpar a escor-
reita investigação criminal". O desembargador afasta o entendi-
mento da defesa de que houve "constrangimento ilegal" a Richa. 
    Conforme o despacho, a manutenção da prisão é necessária
 também "diante da gravidade dos atos praticados" e da
"necessidade de se manter a credibilidade da justiça".
Segundo a decisão, trata-se de "um complexo esquema de
 desvio de dinheiro público perpetrado por uma organização 
criminosa hierarquizada", que alcançou, ao que tudo indica, 
desvios de R$ 70 milhões.     "O respeito ao Estado de Direito
 demanda medida severa, e, havendo fundada razão diante 
das circunstâncias concretas, mostra-se inevitável a adoção 
de medidas amargas que cessem a cadeia delitiva e sirvam 
de referência aos que tratam com desprezo às instituições 
públicas, sempre acreditando na impunidade", diz trecho.   
  Ainda conforme a decisão, está autorizada a entrada de ali-
mentação
específica para o ex-governador "em decorrência de doença 
celíaca", que é causada pela intolerância ao glúten.

Investigação do Gaeco

A investigação do Gaeco é sobre o programa do governo 
estadual Patrulha do Campo, que faz a manutenção das
 estradas rurais, batizada de "Rádio Patrulha".      De acordo 
com o MP-PR, apura-se o pagamento de propina a agentes 
públicos, direcionamento de licitações de empresas, lavagem
 de dinheiro e obstrução da Justiça.     Beto Richa afirmou, 
por meio da assessoria do PSDB, que está sofrendo muito e
 que enfrenta com serenidade e confiança qualquer acusação.
 Veja a nota na íntegra:      "Enfrento com serenidade e 
confiança qualquer acusação, mas devo dizer que eu e minha
 família estamos sofrendo muito com o julgamento antecipado
 que nos está sendo imposto. Sou um homem público há mais
 de duas décadas, com a mesma honradez. Tenho a consciência
 em paz e sei que, no devido tempo, a verdade sempre se
 impõe. Garanto a você, que me conhece e para quem exerço 
com responsabilidade a vocação que Deus me deu: nada 
devo e sigo confiando na justiça."    O advogado de Fernanda
 Richa disse que ela é inocente e que confia na Justiça. A
 defesa disse ainda que Fernanda sempre esteve à disposição
 para contribuir com eficiência nas investigações a que foi
 chamada a responder e que a prisão é excessiva, inadequada e desnecessária.    

Lava Jato

Beto Richa também foi alvo de mandado de busca e 
apreensão, também na terça-feira, na 53ª fase da Operação 
Lava Jato.     Três pessoas - entre elas, o ex-chefe de
 gabinete de Richa, Deonilson Roldo - foram presos na 
operação da Polícia Federal. A defesa de Deonilson disse
 considerar a prisão desnecessária.  Batizada de "Piloto",
 a 53ª etapa da Lava Jato cumpriu 36 mandados judiciais 
em Salvador (BA), São Paulo (SP), Lupionópolis (PR) 
Colombo (PR) e Curitiba (PR). O codinome "Piloto", de 
acordo com a força-tarefa da Lava Jato, se refere a Beto 
Richa na planilha da Odebrecht.     A investigação apura um
 suposto pagamento milionário de vantagem indevida em 
2014 pelo setor de propinas da Odebrecht em favor de 
agentes públicos e privados no Paraná, em contrapartida 
ao possível direcionamento do processo licitatório para
 investimento na duplicação, manutenção e operação da
 PR-323.  Ainda segundo a PF, os crimes investigados na
 atual fase são corrupção ativa e passiva, fraude à licitação
 e lavagem de dinheiro. g1

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