segunda-feira, 23 de maio de 2016

COOPERATIVAS OFERECEM CONTA CORRENTE E OUTROS SERVIÇOS BANCÁRIOS TORNANDO MAIS BARATOS OS SERVIÇOS DO QUE OS BANCOS



Elas oferecem conta corrente, talão de cheque, linhas de financiamento, mas com preços e juros abaixo dos praticados no mercado. E fazem questão de ressaltar: não são bancos. As cooperativas de crédito vendem a imagem de mais cuidados em relação ao correntista porque o associado é compreendido como dono do negócio. Devido aos custos mais baixos, tornam-se alternativas viáveis em períodos de crise.
Cooperativas de crédito são associação de pessoas que buscam ajuda mútua para cuidar de seus recursos financeiros, oferecendo linhas de crédito e serviços bancários com condições mais favoráveis, já que não têm fins lucrativos. O modelo é bastante difundido em países como França, onde 60% dos recursos financeiros são movimentados por cooperativas e na Alemanha, onde representa cerca de 20%.
No Brasil, as cooperativas de crédito são equiparadas às instituições financeiras e submetidas às mesmas regras e fiscalizações por parte do Banco Central.
Mas, então, no que difere dos bancos? O presidente do Conselho de Administração do Sicredi União, Wellington Ferreira, diz que já começa pela forma como é criada: "A fundação (de uma cooperativa) ocorre para suprir as necessidades de um grupo, o que leva a um atendimento diferenciado e produtos voltados para o que o associado precisa. É essa forma de trabalhar que tem atraído as pessoas, que têm certeza de que há pessoas preocupadas com elas."
Segundo Ferreira, momentos de crise são propícios para o crescimento das cooperativas. "Enquanto os bancos fecham agências, nós estamos abrindo", diz. O Sicredi União está presente em 101 municípios do Norte e Noroeste paranaense e no Centro-Leste paulista. Tem mais de 117 mil associados, seus recursos totais somam R$ 1,668 bilhão e o patrimônio líquido, R$ 235 milhões.
Da margem de resultado do ano passado, as sobras de R$ 22,8 milhões foram divididas entre os cooperados – outra diferença em relação aos bancos, instituições privadas que ficam com os lucros. Segundo Ferreira, o associado médio acaba recebendo na divisão do bolo o que pagou de tarifas durante o ano. "Costumo dizer que a cooperativa consegue ser banco, mas o banco não consegue ser cooperativa", diz o diretor.
A divisão das sobras e o atendimento diferenciado são alguns dos pontos elencados como vantagens pelo assessor institucional do Sicoob Metropolitano, Adilson Carniel.
Além disso, ele ressalta que as cooperativas de crédito são preocupadas com o desenvolvimento econômico e o crescimento das regiões onde estão inseridas. "O associado mora na comunidade. Então, os recursos captados ficam na comunidade", ressalta.
O Sicoob Metropolitano tem 40 mil cooperados e R$ 75 milhões em capital social. Apresentou crescimento de 24% em 2015 e distribuiu R$ 19 milhões em sobras para seus associados.
A cooperativa de crédito oferece todos os serviços bancários, desde conta corrente e poupança até financiamentos. O que muda são as incidências: o IOF (Imposto sobre Operações Financeira) incidente sobre empréstimos é de 0,38% , contra os 3% de IOF normal das instituições bancárias (mais 0,38% adicional).
Outros custos também são mais baratos. No Sicoob Metropolitano, por exemplo, juros sobre o cheque especial atrelado ao capital são de 1,99%. Já o Sicredi União diz que os custos são, em média, 24% abaixo em comparação com instituições financeiras.
Luís Fernando Wiltemburg
Reportagem Local

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