Os advogados da construtora Odebrecht na Operação Lava Jato criticaram o
novo pedido de prisão preventiva para os executivos da empresa
investigados pela Operação Lava Jato. Eles disseram que o juiz Sérgio
Moro confere prazos diferentes para a acusação e a defesa, não
disponibiliza as informações sobre o processo, o que gera disparidade na
atuação da defesa e da acusação. Um dos advogados, Tércio Lins e Silva,
avaliou que a nova prisão foi uma forma de impedir que os tribunais
superiores examinem o pedido de habeas corpus feito pela defesa.
Lins acredita que não houve presunção da inocência neste caso e
declarou esta tarde que "essa demonstração midiática para dar satisfação
ao público não condiz com o processo democrático". De acvordo com o
advogado, o sigilo bancário de seus clientes não foram respeitados e que
dados particulares foram revelados, como mensagens entre familiares.
A defesa disse que há ilegalidade no decreto de prisão, e alegou
que uma prisão processual não pode ser confundida com antecipação de
mérito e acrescentou que os executivos da empresa estiveram à disposição
da Justiça durante toda a investigação. Segundo os advogados, as
análises e interpretações de anotações dos investigados estão
desfavorecendo seus clientes.
Na sexta-feira (24), o presidente do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), ministro Francisco Falcão, pediu ao juiz Sérgio Moro
informações sobre o andamento das investigações para que pudesse
instruir o julgamento do pedido de liberdade. Pelo despacho, o juiz terá
cinco dias para prestar informações.
O presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, está preso desde
o mês passado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, em
função das investigações da décima quarta fase da Operação Lava Jato.
Hoje cedo, Sérgio Moro autorizou a transferência dos executivos para um
presídio na região metropolitana de Curitiba.
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