domingo, 1 de março de 2015

NA OPERAÇÃO LAVA JATO JOSÉ JANENE E ALBERTO YOUSSEF ERAM PEÇAS CHAVES

O nome do ex-deputado José Janene voltou a aparecer nas investigações da Operação Lava Jato, deflagrada em março do ano passado – e, com ele, o de antigos conhecidos do parlamentar. Enquanto deputado, ele teria sido o responsável por recolher a propina dos contratos da Petrobras e distribuir entre políticos do seu partido, o PP. Depois da sua morte, em 2010, a função teria sido repassada ao doleiro Alberto Youssef.
Um dos principais delatores do esquema, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, teria sido indicado pelo então deputado para o cargo na petrolífera em 2004. “E não foi só essa indicação, ele tinha gente em várias empresas públicas”, diz um ex-funcionário. Além disso, em julho passado, o Ministério Público Federal (MPF) acusou Youssef – que é citado na maior parte dos processos da Lava Jato – e outras dez pessoas ligadas a Janene por atuarem na lavagem de pelo menos R$ 1,1 milhão que o parlamentar recebeu no mensalão.
Conforme investigações, com o dinheiro ilegal, Janene realizou investimentos na empresa londrinense Dunel Indústria. A partir de então, Youssef e o também doleiro Carlos Habib Chater teriam utilizado empresas de fachada para justificar os repasses. Assim, os réus, que incluem familiares e pessoas de confiança de Janene, teriam convertido o dinheiro em bens lícitos como quatro grandes fazendas e outros imóveis, além da construção de uma residência de luxo em um condomínio em Londrina e vários veículos de luxo.
Outro nome bastante conhecido em Londrina que aparece na Lava Jato é o do ex-deputado André Vargas (sem partido). Ele teve o mandato cassado depois de confessar que usou um jatinho emprestado por Youssef para uma viagem. Vargas também teria atuado em conjunto com o doleiro para a assinatura de um contrato entre uma empresa e o Ministério da Saúde. Na cidade, circulam histórias de que Vargas preencheu o vácuo político deixado depois da morte de Janene. O ex-petista, que perdeu o direito a foro privilegiado, é alvo de um inquérito, mas ainda não foi denunciado.
A ex-ministra Chefe da Casa Civil e senadora Gleisi Hoffmann (PT), casada com o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, que é de Londrina, teve seu nome vinculado ao caso. Conforme os jornais O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo, Youssef afirmou em sua delação premiada que deu, por intermediação de Bernardo, R$ 1 milhão a um empresário de Curitiba, valor que foi entregue à campanha de 2010 da ex-ministra. Costa também teria dito que recebeu pedido “para ajudar na campanha”. O casal nega.
Ainda há pelo menos outro nome londrinense que passa pela Lava Jato: em depoimento prestado à Polícia Federal, Leonardo Meirelles, laranja de Youssef, disse que o doleiro tinha contato com um tucano descrito como “padrinho político do passado” e “conterrâneo”. O deputado paranaense Nelson Meurer, que não é de Londrina, também teria sido indicado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa como um dos beneficiados do esquema. Ele nega a acusação. JL.

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