quarta-feira, 13 de agosto de 2014

QUINTA BATALHÃO DA POLÍCIA MILITAR EM LONDRINA TEM NOVO COMANDANTE QUE ASSUMIU NESTA TERÇA 12.08

Gilberto Abelha/JL / Major Teixeira: “o equilíbrio é cumprir a lei”Major Teixeira: “o equilíbrio é cumprir a lei”

Para reverter índices de criminalidade, novo Erika Pelegrino

Com atuação até o ano passado no Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Curitiba, o major Hudson Leôncio Teixeira assumiu ontem o posto de comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), ocupado até então pelo coronel Samir Geha, que ficará com o comando regional de Maringá. Ele, que tem 26 anos de PM, promete uma linha de atuação mais enérgica no combate à criminalidade.
A prevenção ao roubo e ao latrocínio – “pelo trauma que gera às vítimas” – será um dos principais focos de atuação do comando, afirma o major. A busca, complementa, será pelo equilíbrio entre ser enérgico com quem comete crime e tratar “pessoas de bem como [elas] merecem”.
“Antes de ser policial, sou pai de família. Perdi meu pai em um roubo, então sei o que é o cidadão ser vítima da criminalidade. Vim para trabalhar, para cumprir a lei”, relata Teixeira.
Confira, abaixo, a entrevista com o novo comandante do 5º BPM - que inclui, além de Londrina, Ibiporã, Cambé e Ibiporã.

"O que mais me preocupa são os roubos e os latrocínios"
JL: Apesar do aumento do efetivo policial nas ruas, Londrina vê crescer os índices de homicídios e de mortes no trânsito. Quais as ações necessárias para reverter esse quadro?
Hudson Leôncio Teixeira: Uma coisa tem de ficar clara: quanto mais a polícia estiver presente, como foi o investimento do comando do coronel [Samir] Geha, maiores serão os registros de ocorrência, porque as pessoas procuram mais a polícia. O que mais me preocupa são os roubos e os latrocínios. Vou focar bastante nisso. Vou fazer um mapa da criminalidade em Londrina cruzando dados do IML [Instituto Médico Legal], Polícia Civil, Polícia Federal e Polícia Militar, para que tenha uma noção real do que está acontecendo e daí sim atuar com nosso pessoal nessas áreas.
Ainda não há este mapeamento do crime em Londrina? 
Vou fazer isso, mas vou começar de imediato essas operações, porque em segurança pública não podemos perder tempo.
Por que o roubo e o latrocínio preocupam mais?
O roubo é complicado pelo trauma que gera à vítima. E o homicídio, embora seja grave e muitas pessoas o peguem como parâmetro para a criminalidade, em muitas situações a PM não tem como evitar. São os casos do marido que briga com a mulher, da desavença familiar. Por mais preventivo que seja o policiamento, o cidadão pega uma faca e mata a esposa. O latrocínio preocupa bastante, porque o marginal não vai deixar de praticar o roubo e, se não tiver um policiamento ostensivo para coibir, o crime vai ser cometido e se a vitima reage acaba morta.
E como será a atuação policial no seu comando para prevenir esses crimes?
Vou estimular e orientar meus policiais e até peço que a sociedade entenda isso a realização de abordagem de pessoas suspeitas, é claro, sem cometer nenhum abuso, sem ir contra a lei. Só assim conseguimos apreender arma de fogo, drogas e foragidos.
O senhor vem do Bope. Vai usar essa experiência na sua linha de atuação?
Pretendo conciliar uma ação mais enérgica no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado com a Companhia de Choque do Batalhão junto com o trabalho de Inteligência [P2], além de uma aproximação com a sociedade para sabermos quais são seus anseios e para que entenda como a polícia trabalha. Tenho de ter esse meio termo: ser enérgico e usar a lei com quem está cometendo crime e tratar as pessoas de bem como [elas] merecem.
Essa é uma linha tênue. Como conseguir esse equilíbrio dos policiais?
O equilíbrio é cumprir a lei. Só isso. E fazer com que a sociedade entenda que esse é o nosso papel. Meus policiais não são instruídos a cometer nenhum abuso, mas terão liberdade e meu apoio para estarem nas ruas abordando, apreendendo droga, arma. Em Curitiba, tinha esse problema [com os policiais, que diziam:] "não vou prender o indivíduo porque está com cigarro de maconha ou com uma pedra de crack, vou dar só um termo circunstanciado". Mas aquele indivíduo que usa o crack vai entrar em um quintal para furtar um tênis para comprar a pedra. Se ver uma janela aberta, vai entrar para roubar uma TV, um computador. Se tiver uma pessoa lá dentro e ela reagir, pode acabar morta. Então, veja que aquele vício da maconha ou da pedrinha de crack pode gerar um homicídio.
Nessa linha de atuação mais enérgica, como o senhor pretende cuidar do psicológico do policial para evitar abusos?
Primeiro que estarei com eles, sempre que possível, nas ruas. Segundo, temos psicólogos no quartel para acompanhar eventuais desvios de conduta. Tudo vai da orientação, da instrução, de estar conversando com o policial e com o cidadão, também.
A situação do tráfico de drogas em Londrina é algo que lhe preocupa? Tem algum plano de atuação específico para coibi-lo?
Não tenho ainda esse mapeamento de como está o tráfico de drogas aqui. Acredito que não seja muito diferente de Curitiba. Acredito que tenha alguns bolsões em que ocorrem mais o tráfico de drogas. Ontem [anteontem], andei pelo centro e vi algumas situações que não me deixaram satisfeito, alguns usuários. Sei que esse usuário vai gerar o furto e tudo o que já falei. Mas vou mapear isso e vamos motivar as pessoas a fazer narcodenúncia no 181. A nossa Inteligência, a nossa P2, vai avaliar isso. Vamos focar as nossas operações neste sentido. j.londrina.com

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