A Operação 14 Bis, deflagrada na manhã desta terça-feira (13), apura
o desvio de cerca de R$ 5,7 milhões de recursos públicos no campus
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Cornélio
Procópio, no norte do estado. A Polícia Federal (PF) prendeu 20 pessoas
temporariamente, a duração é de cinco dias. As cidades onde os suspeitos
foram presos não foram divulgados.
A universidade foi um dos alvos de busca e apreensão, policiais apreenderam
contratos de empresas que prestaram serviços à instituição. Ao todo,
foram expedidos 26 mandados de busca e apreensão, além das ordens
judiciais de sequestro e de indisponibilidade de bens, ainda segundo
a PF. Um mandado de busca e apreensão não foi cumprido.
De acordo com as investigações, gestores e empresas se uniram para
fraudar licitações e contratos. O diretor-geral do campus Márcio Jacometti,
diz que a universidade está colaborando com as investigações desde o
momento que foram identificadas as primeiras irregularidades, em 2015.
A operação ocorre em parceria com o Ministério Público Federal (MPF),
Controladoria Geral da União (CGU) e a Receita Federal (RF). O nome
"14 Bis" é uma alusão à empresa criada para facilitar os desvios.
Mandados também estão sendo cumpridos em Uraí, Cornélio Procópio,
Nova América da Colina e Maringá.
Conforme o G1 apurou, foram presos o ex-diretor-geral do campus
Devanil Antônio Francisco e o ex-diretor de Administração e Planejamento
Sandro Rogério de Almeida.
O G1 tenta localizar os advogados dos suspeitos.
s investigações
As investigações apontaram irregularidades graves em contratos
celebrados entre a universidade e empresas que prestaram serviços
de manutenção predial, de ar-condicionado, de veículos, fornecimento
de materiais de construção e de serviços de reprografia.
Conforme a polícia, há a suspeita de obtenção de informação privilegi-
ada, formação de grupo econômico, uso de documento potencialmente
falso ou insuficiente para atesto de capacidade técnica, pagamentos
superiores aos valores contratados, superfaturamento, sobrepreço,
frustração de concorrência, suspeita de pagamento de materiais não
recebidos ou desviados, entre outros.
Segundo a PF, a UTFPR recebeu denúncia relativa aos fatos apurados
na operação.
Imediatamente, ainda conforme a polícia, adotou medidas em âmbito
administrativo - a realização, por exemplo, de auditorias conduzidas
por sua unidade de Auditoria Interna, além da demissão, mediante
Processos Administrativos Disciplinares, de dois servidores envolvidos
nas fraudes.
O diretor-geral da UTFPR em Cornélio Procópio detalha que a comissão
que investigou a fraude, ainda advertiu outros servidores por erro
administrativo. No entanto, o diretor não informou quantas advertências
foram dadas.
"Foram erros administrativos graves, punidos ou com a exoneração
ou com advertência de servidores. Após essa auditoria interna, adotamos
procedimentos para dar mais transparência a todos os processos",
pontuou Márcio Jacometti.
Os presos devem ser conduzidos à delegacia da PF em Londrina,
onde permanecerão à disposição da Justiça.
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